sábado, 30 de maio de 2009

Memórias n'um rascunho...

27 de novembro de 2007

Mais uma vez deixei para trás algumas partes de mim.
Foi ontem. Tentei achar algo que me agradasse no que as pessoas daquela mesa diziam, até tentei algum sentimento por elas. Percebi que pouco a pouco iam tornando-se parte do meu passado. Me sinto tão superficial por ser assim, me envolvo por alguns momentos, tudo tão breve e fugaz.
Levantei, inventei alguma desculpa qualquer e saí caminhando, passei por ruas que me agradam tanto, tendo como companhia meus pensamentos distorcidos. Pensei em tudo que já perdi e tudo que já conquistei, cheguei a uma tortuosa conclusão que tudo o que conquistei eu perdi.
Entretanto, não digo isso me lamentando, nunca tive problemas em me adaptar com mudanças nem em ter a solidão como amiga.
Caminhei sozinha, o frio típico dessa cidade me atingiu, não só por fora. Meus casacos já não eram suficientes, falta talvez um pouco de calor humano, que seja. Vi o sol ir embora, observei as pessoas, tropecei por algumas vezes.
''-Está tudo bem?
-Sim
-Me preocupa esses seu isolamento repentino
-Tá tudo bem"
''Tá tudo bem'', sempre está bem... está mesmo? Porque pensam que me incomodo em dizer adeus? Por mim não é muito difícil encontrar novas breves amizades ou continuar com a antigas por mais alguns momentos. Vão terminar do mesmo jeito não é?!
Andei sozinha, procurei conforto em algum lugar, até pensei em minha casa talvez se lá não tivesse aquele cheiro de lugar desconhecido... continuei sozinha.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

7 A.M

Para minha irmã, Aline

''São 7 da manhã, não vai acordar?'', me disse isso por dias e dias. Por mais que sua voz seja irritante nesse horário, eu adoro ter alguém que se preocupe. Dividindo risadas, segredos, lágrimas, roupas e sapatos. ''Onde tá minha blusa? Vamos logo, quero ir com você''.
Num olhar nos entendemos, incrível, mas sabe o motivo dos meus sorrisos bobos como sabe o motivo das poucas lágrimas. Talvez você seja única, quem sabe você consegue me entender mais do que eu mesma.
''Se cuide'', sempre tão atenciosa me deixa na porta da escola, deseja coisas boas pra mim com sinceridade, assim como quando diz ''eu odeio seu mau-humor'' com a mesma sinceridade. Me ajudando a melhorar qualquer problema quando chego em casa e me da um sorriso - por diversas vezes não retribuído.
Não vou negar que você me irrita, e como irrita. Mas compensa apenas por existir.

Um nó na garganta vai se formando. A cada hora a menos eu sinto como se eu não tivesse mais forças pra segurar sua mão, você tem que ir, eu apenas tenho que me conformar.
Me ensinou a gostar do que você gosta e odiar as coisas que você odeia, me ensinou que a vida não é tão fácil, ainda tenta me ensinar a ser forte como você. Me ensina a viver, a cada dia.
Amor, não sei se é a palavra adequada. Admiração talvez. Até mesmo amizade. Não sou boa com palavras, nem com demonstrações, apenas tenho a certeza de que nunca vai passar o que sinto por você.

sábado, 16 de maio de 2009

Sunshine

Ele sempre acima dos problemas em volta, é quase que como não atingissem-o. Sorrindo e me fazendo sorrir. Ele é um algo à mais, aquilo de acordar e ter ao seu lado o nascer do sol, esperar por ele, como se espera pela manhã seguinte.
Ele diz que sabe o que penso, e deve saber, afinal sempre é como preciso.
Me faz ver que todas as insastifações eram porque eu esperava por ele.
Alimentar esperanças e sentimentos nunca foi meu forte, não sei se isso é bom ou ruim, não sei se pode existir bom ou ruim entre eu e você.

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Repugnância!

Você foi pra mim como uma máscara, que usei por tempo demais.
''Como pode pensar assim depois de tantas promessas, de tanto amor'', você me dizia. Talvez as promessas e o amor era você quem tinha, eu só achava que podia ter.
Eu era frágil e achava que você podia me dar segurança, entretanto, por quantas vezes pude ver que nem de longe foi uma segurança, aliás, nem de longe você conseguiu ser algo. Confiança não estava em meu vocabulário. Eu fui me fechando, e como numa doença eu fui matando a mim mesma, me escondendo dentro de mim, ao ponto de criar um sentimento que me fazia mal, ao ponto de alimentar esse sentimento repugnante.
Me livrar, expulsar, esquecer, queimar, matar... qualquer coisa que tire você da minha vida, foi o que pensei. Não só pensei como fiz. E com orgulho digo que fiz então muito bem.
Toneladas caíram das minhas costas quando eu disse: ''Dessa vez não!'', eu nunca tive tanta certeza em um não, nunca fiquei tão aliviada com um não.