quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Procure não se esquecer disso

Pensar demais nunca me levou a nada bom. Mas continuo... andei pensando nas horas que a sua mente tende a me esquecer, é aí que eu começo a me importar.
Convenhamos, o mundo está cheio de sorrisos nos chamando e conversas muito atraentes, e eu sei não me encaixo nesse meio. Tenho que admitir que já não brilho, pode ser pelo clima ou humor, eu simplesmente já não me encaixo em nada.
Todos temos dias incríveis, mas dias duram horas, eu quero saber até onde essas horas vão continuar.

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Com todas as letras

para Yuri Lemos

Era verão, um sol quase improvável para aquela cidade fria, um sorriso que insistia em sair logo que pensará onde estava indo, um sorriso mais insistente então quando chegara. Não muito tempo depois de ter ouvido a voz dele o avistou, sentado da mesma forma que havia imaginado, esperando por ela. Sentou-se ao lado dele com mil pensamentos ao ver que era somente eles, ele e ela, não teria para onde fugir ou alguém para dispersar, estava ali jurando não criar expectativas.
Se aproximou, mas não sentou muito perto, como aquela timidez que atinge com a falta de convívio, de óculos escuros analisa se ele continua da forma que conhecia, observa se todos aqueles detalhes que já vira tão de perto continuam no mesmo lugar, aliviada, o mesmo esta ali e continua a encantando da mesma forma.
Com risadas intercalando nos momentos em que não havia o que dizer, caminharam alguns momentos, as memórias dela pareciam pular para a calçada e caminhar com eles, a cada palavra a voz dele a faz reviver sorrisos que já não davam juntos à algum tempo.
Em apenas alguns momentos, não foi preciso mais de minutos, para que ela esquecesse o motivo de que teve o fim. E pensou, como fim? Estavam ali, lado a lado novamente, não era então o fim.
Diante de olhares envergonhados e palavras engasgadas ela então ouviu o que jamais sairia de sua mente, palavras que soaram como uma chance para sua felicidade, e que por mais que ouvira outras vezes, nunca tiveram tanta intensidade quanto vindas dele.
Já não é preciso dizer como a vida dela então tornou-se vida, com todas as letras, completa. E eles já tão perto novamente, não tinham certeza de nada que aconteceria, a não ser a certeza do que sentiam e mal sabiam que essa era a única certeza que iriam precisar.



quarta-feira, 1 de julho de 2009

Egoísmo

Ninguém podia entende-la, era o que ela pensava. Sem muitos motivos para pensar assim. É engraçado, a vida sempre foi como é hoje: uma montanha russa.
Uma melhor amiga, duas melhores amigas, três melhores amigas. Foram tantas pessoas que contei alguns segredos, tantas pessoas que me deram muito mais que atenção, me deram um pouco de sua vida. Mas então, quando chegamos aos fatos concluo que eu não consigo dar algo mais que alguns momentos de alegria, sei que depois minha fonte seca, eu não tenho mais nada pra dar, o certo a fazer é simplesmente me afastar. Me afastar para ficarem apenas com boas lembranças, sei que depois me torno deveras cansativa. Gosto de escutar problemas dos outros, gosto de fazer alguém sorrir, gosto que os outros gostem de mim. Mas não sei ser assim, não sei ser quem eu deveria ser, eu sei ser apenas quem sou.
E depois, o que fazer? me desculpar, ou inventar desculpas.
As melhores amigas vão continuar encontrando outras melhores amigas, quem sabe até bem melhores que eu. E eu continuo aqui, tendo como melhor amiga, apenas eu mesma, minha ilustre companhia.

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Menos afim

Preciso mais de mim, quero mais assim, um pouco menos afim.
Lembrava dos dias em que gostava mais do frio cortando-lhe o rosto, o nariz gelado que adorava, andava com as mãos no bolso, protegendo-se. Hoje já tão suave esse sol que lhe fecha os olhos e esquenta.
Teria mudado tanto à ponto de achar estar melhor assim? A vida mais suave, será que é assim? Com muitas dúvidas pode-se dizer que sim, ou que não, ou só precise de mais uns dias em mim mesmo para responder.

terça-feira, 2 de junho de 2009

Aos poucos eu mesmo...

Como numa caixa onde guardo fotos, lembranças, rascunhos, queria guardar todos os sentimentos, até mesmo aqueles que nem sei se tenho. Me tornar completamente vazia e como num desenho aos poucos ir fazendo o que quero, colorindo eu mesma, colocando apenas os que superficialmente podem fazer bem a mim, ou a alguém. Guardando os sentimentos que mais tenho medo, os quais somente eu sei quais são, guarda-los no fundo dessa caixa quem sabe talvez até num fundo falso, pra que eu não perceba a existência deles. Depois misturar um pouco de desconhecido nisso tudo, e recomeçar então.

sábado, 30 de maio de 2009

Memórias n'um rascunho...

27 de novembro de 2007

Mais uma vez deixei para trás algumas partes de mim.
Foi ontem. Tentei achar algo que me agradasse no que as pessoas daquela mesa diziam, até tentei algum sentimento por elas. Percebi que pouco a pouco iam tornando-se parte do meu passado. Me sinto tão superficial por ser assim, me envolvo por alguns momentos, tudo tão breve e fugaz.
Levantei, inventei alguma desculpa qualquer e saí caminhando, passei por ruas que me agradam tanto, tendo como companhia meus pensamentos distorcidos. Pensei em tudo que já perdi e tudo que já conquistei, cheguei a uma tortuosa conclusão que tudo o que conquistei eu perdi.
Entretanto, não digo isso me lamentando, nunca tive problemas em me adaptar com mudanças nem em ter a solidão como amiga.
Caminhei sozinha, o frio típico dessa cidade me atingiu, não só por fora. Meus casacos já não eram suficientes, falta talvez um pouco de calor humano, que seja. Vi o sol ir embora, observei as pessoas, tropecei por algumas vezes.
''-Está tudo bem?
-Sim
-Me preocupa esses seu isolamento repentino
-Tá tudo bem"
''Tá tudo bem'', sempre está bem... está mesmo? Porque pensam que me incomodo em dizer adeus? Por mim não é muito difícil encontrar novas breves amizades ou continuar com a antigas por mais alguns momentos. Vão terminar do mesmo jeito não é?!
Andei sozinha, procurei conforto em algum lugar, até pensei em minha casa talvez se lá não tivesse aquele cheiro de lugar desconhecido... continuei sozinha.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

7 A.M

Para minha irmã, Aline

''São 7 da manhã, não vai acordar?'', me disse isso por dias e dias. Por mais que sua voz seja irritante nesse horário, eu adoro ter alguém que se preocupe. Dividindo risadas, segredos, lágrimas, roupas e sapatos. ''Onde tá minha blusa? Vamos logo, quero ir com você''.
Num olhar nos entendemos, incrível, mas sabe o motivo dos meus sorrisos bobos como sabe o motivo das poucas lágrimas. Talvez você seja única, quem sabe você consegue me entender mais do que eu mesma.
''Se cuide'', sempre tão atenciosa me deixa na porta da escola, deseja coisas boas pra mim com sinceridade, assim como quando diz ''eu odeio seu mau-humor'' com a mesma sinceridade. Me ajudando a melhorar qualquer problema quando chego em casa e me da um sorriso - por diversas vezes não retribuído.
Não vou negar que você me irrita, e como irrita. Mas compensa apenas por existir.

Um nó na garganta vai se formando. A cada hora a menos eu sinto como se eu não tivesse mais forças pra segurar sua mão, você tem que ir, eu apenas tenho que me conformar.
Me ensinou a gostar do que você gosta e odiar as coisas que você odeia, me ensinou que a vida não é tão fácil, ainda tenta me ensinar a ser forte como você. Me ensina a viver, a cada dia.
Amor, não sei se é a palavra adequada. Admiração talvez. Até mesmo amizade. Não sou boa com palavras, nem com demonstrações, apenas tenho a certeza de que nunca vai passar o que sinto por você.